sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Parque Nacional da Serra do Divisor - Acre

Conheci o Parque Nacional da Serra do Divisor em uma viagem com a turma técnica em ecoturismo de 2006 da escola da floresta, onde trabalho como mediador da área de turismo. O parque é Lindo! Única formação rochosa do Acre.
Pra chegar até lá fomos via terrestre de Rio Branco até a aldeia indígena Poyanawa após o município Mâncio Lima de onde partimos em barcos subindo o Rio Moa em direção ao parque. Foram três dias subindo o rio, mas se você sair cedinho da aldeia, o que não foi o nosso caso, o mesmo percurso pode ser feito em dois dias.

Antes de chegar ao parque você ainda passa por uma base do exército brasileiro à margem esquerda do rio e pela aldeia Nukini, à margem direita, já na área do parque.
Conheci no parque a cachoeira do ar-condicionado, a cachoeira do buraco da central, o mirante e a cachoeira formosa. A trilha para a cachoeira do ar-condicionado não adequada para a caminhada, além de oferecer riscos ao visitante, seu trajeto é totalmente impróprio para o meio ambiente. Como conhecedor de técnicas de planejamento e trilhas ecológicas, indico que esta seja fechada e implantada outra com distância apropriada do curso d’água e obedecendo ao relevo do local.
A cachoeira do Buraco da central foi originada de uma perfuração da PETROBRAS. Onde foi perfurado saiu água, não que seja menos valioso que o petróleo ou o gás natural, muito pelo contrário, mas foi deixado de lado. No local você encontra uma “máquina” ou resto dela nas proximidades que foi utilizada na perfuração.
O mirante, nada mais é que um topo de morro onde se pode avistar o rio Moa, a cadeia de montanhas que faz fronteira com o Perú, enfim uma visão de todo o parque. A trilha do mirante é outra que deve ser fechada e realizado um planejamento de um novo traçado, pois também foi construída de forma não muito apropriada, podendo provocar erosão com as águas das chuvas. Em relação ao próprio mirante, me pergunto: ‘Mas topo de morro não é uma zona intangível segundo o SNUC?’ Ah sim...detalhe minha gente. Esse zoneamento não é praticado lá. E outra! O parque só conta com dois funcionários. Legal, hein! Duas pessoas pra cuidar de 843 mil hectares?

Bom, a cachoeira formosa é outro atrativo, mas prepare-se para sair cedo e dormir por lá. Ir e voltar no mesmo dia não vale à pena! Digo que a trilha pra cachoeira formosa também deve merece atenção, mas não é caso mais grave.

Mas olha só, recentemente fiquei sabendo de investimentos do Ministério do Meio Ambiente (MMA) para o desenvolvimento do ecoturismo no parque. A bancada de Deputados do Acre liderada pelo Dep. Henrique Afonso juntamente com o secretario de turismo do Estado, Cassiano Marques foram recebidos pelo ministro e do meio ambiente Carlos Minc.

Além do ministro e técnicos do MMA, estavam presentes no encontro Presidente do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, Rômulo José Fernandes Barreto Mello, acompanhado de sua equipe técnica e da Coordenadora Nacional de Visitação Benita Monteiro Muller Rocktaeschel.
O objetivo do encontro era “que o Parque Nacional da Serra do Divisor seja incluído como uma das prioridades nacionais de visitação; que seja promovida as desapropriações e as respectivas indenizações dos seringais; que seja efetivado acordo de permanência por longo prazo mediante termo de compromisso das famílias posseiras na região; que seja permitida a visitação turística em curto prazo, a partir do credenciamento de agências de viagem habilitadas à promoção do destino e capacitação de moradores da região para atender as demandas do ecoturismo.” (Jornal Página 20).

A reportagem diz ainda que nosso secretário de turismo, Cassiano Marques, falou sobre a falta de pessoal pra atuar na fiscalização e desenvolvimento de atividades no parque, sobre a necessidade de fortalecimento do instituto Chico Mendes, mas funcionários no escritório da região do Juruá e a nomeação de um gestor para o parque. Minc finalizou o encontro e determinou que a equipe do MMA atualizasse o valor do Plano de Uso Público (PUP) do parque, que era de 3 milhões, e que seja visto com urgência pela Câmara de Compensação Ambiental. Tomara que não demore!

Nosso ministro disse ainda que “ao iniciar a implantação do PUP será observado todo cuidado para que as famílias posseiras tenham um tratamento digno e que serão ouvidas suas necessidades e suas solicitações e que com base em todos os critérios legais serão garantidas as indenizações dos seringais, informou que já foi encaminhada a nomeação do gestor efetivo para o parque e que em breve haverá concurso público para ampliação do quadro de servidores do Instituto Chico Mendes e empenhou sua palavra de que será dada ao Parque Nacional da Serra do Divisor uma atenção especial visto tratar-se da área que concentra a maior biodiversidade da Amazônia e, portanto, a maior biodiversidade do mundo e por acreditar que o ecoturismo na região será uma grande oportunidade de desenvolvimento sócio e econômico”.

Desde sua nomeação como ministro, Minc vem mostrando serviço. Será que com a magnitude do parque vamos ver o resultado desse encontro logo? To aqui pra ver! Ao nosso secretário de turismo: Bom trabalho!